29 de novembro de 2012

Notícia: 'Economist' destaca agronegócio brasileiro e consumo no Norte-Nordeste




São Paulo, 29/11/2012 - As maiores oportunidades de negócios no Brasil são as voltadas à agricultura e ao aproveitamento do crescente mercado consumidor no país, aponta estudo realizado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist a pedido do Centro de Liderança Pública (CLP). Ao apresentar, nesta quinta-feira, os resultados referentes a 2012 do Ranking de Competitividade dos Estados Brasileiros, o pesquisador do grupo Economist, Robert Wood, destacou que o recente aumento no mercado consumidor, principalmente no Norte e Nordeste do país, está chamando a atenção das empresas estrangeiras.


Ao mesmo tempo, a expansão das exportações agrícolas impulsionaram os Estados do Centro-Oeste, ajudando a elevar o Mato Grosso da 14ª para a 12ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados. “Nos últimos 20 anos o único setor que ganhou competitividade no Brasil foi o de agronegócios”, disse Luiz Felipe d'Ávila, presidente do CLP.

Goiás e Distrito Federal, destacou d'Ávila, só não se saíram melhor no ranking porque tiveram seus resultados ofuscados por escândalos políticos. Os recentes casos de corrupção na região, entretanto, não afetaram a imagem de estabilidade política apresentada pelo Brasil. O quesito foi destacado no estudo como um dos pontos fortes do país, ao lado da capacidade de atração de investimentos.  Apenas sete entre os 27 Estados brasileiros foram classificados instáveis politicamente. “Em alguns Estados, principalmente no Nordeste, a política é construída sob o poder de uma família e não é tão estável como em outros Estados, nos quais é baseada em instituições”, comentou Wood.

O que impacta negativamente a decisão de negócios no Brasil, segundo Wood, são os regimes tributários. Não apenas no que diz respeito à carga de impostos, mas também no que se refere aos esforços que as empresas precisam ter para se manter quites com o Fisco. “Observamos que apenas cinco Estados brasileiros publicam menos de sete normas tributárias por mês. Esse número elevado de novas regras todos os meses impõe um fardo muito pesado às empresas e um alto custo às pequenas companhias para se atualizarem”, afirmou Wood.

A guerra fiscal entre os Estados, na avaliação de d´Ávila, não é um fator preponderante na escolha das empresas na hora de fazer investimentos. Segundo ele, alguns Estados já estão percebendo que muitas vezes a concessão de incentivos fiscais gera prejuízos. 

“O Brasil está sendo percebido pelos estrangeiros como um ambiente mais seguro para fazer negócios, e isso atrai investimento de longo prazo. Mas ainda há muito a ser feito no que se refere a questões estruturais, como educação, infraestrutura, qualificação de mão de obra”, concluiu o presidente do CLP.


Daphne Constantinopolos
constantinopolos@gmail.com